16 de set. de 2010

Apuração superficial

Investigação da PF sobre vazamento de dados fiscais precisa ser aprofundada, avalia Pannunzio

O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) criticou nesta quinta-feira (16) o inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a violação dos sigilos fiscais de quatro tucanos e da filha e do genro do presidenciável do PSDB, José Serra. O relatório da PF desconsidera a hipótese de crime político e está longe de descobrir os reais motivos da quebra ilegal dos dados sigilosos, segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo".
Pannunzio afirmou que o caso merece mais atenção e uma investigação mais aprofundada.

“Se não houver uma determinação do Ministério Público para que o aprofundamento das investigações desses fatos realmente aconteça, os responsáveis não sofrerão punição e o desfecho não resultará em nada”, avaliou Pannunzio.

A apuração, de acordo com o jornal paulista, caminha para a versão de crime comum, sustentada pela Corregedoria da Receita, mesmo com depoimentos contraditórios de pessoas envolvidas no caso. O veículo revela ainda que as duas lideranças do PT ouvidas, Rui Falcão e Fernando Pimentel, negaram qualquer ligação com as violações de sigilo. “Esse é um dos pontos obscuros da chamada democracia brasileira, que faz do respeito aos direitos civis e das garantias constitucionais itens de segunda importância”, criticou o tucano.

Segundo o parlamentar, caso não exista pressão para que a verdade venha à tona, a tendência é de que esse episódio seja esquecido, assim como o escândalo dos "aloprados". O deputado lembrou que os envolvidos na compra de um dossiê contra tucanos em 2006 ainda não foram sequer acusados pelo Ministério Público.
“O mesmo fato se repete agora com relação à quebra do sigilo fiscal. Mais uma vez o governo está fingindo que o ocorrido não tem gravidade nenhuma e é meramente um vazamento resolvido com a exoneração de um funcionário de terceiro escalão”, ressaltou.

Distante de uma elucidação do crime, a PF caminha, por enquanto, para apontar as servidoras da Receita Federal Ana Maria Cano e Adeildda Ferreira dos Santos como as principais responsáveis por um suposto esquema de venda de dados sigilosos. (Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)

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