10 de set. de 2009

Pré-sal

PSDB quer retirar a urgência de projetos também no Senado

A exemplo do que fez na Câmara, o PSDB atuará para retirar o regime de urgência para a avaliação dos quatro projetos sobre o marco regulatório do pré-sal no Senado. Embora a disposição do partido não seja a de fazer oposição radical às propostas do governo, os tucanos também não aceitam discuti-las em regime de urgência.

Debate democrático - "Temos muitas dúvidas e o tempo de debate deve permitir os devidos esclarecimentos sobre um assunto complexo. Não há motivo para açodamento", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). O tucano está convencido de que o presidente Lula também irá retirar a urgência no Senado. Neste regime, a Casa teria apenas 45 dias para apreciar as propostas. Na Câmara, graças ao novo calendário anunciado ontem a votação das propostas ocorrerá em 10 de novembro.

Integrante da Comissão de Infraestrutura, uma das instâncias onde os projetos deverão ser analisados, o senador Marconi Perillo (GO) defende um debate detalhado das propostas. "A exploração de petróleo no pré-sal é um projeto a ser executado no longo prazo e que, portanto, não deve ser tratado com tanta pressa. É preciso cautela na discussão do marco regulatório, modelo de exploração, concessão, definição da destinação dos resultados com a exploração destes recursos naturais e distribuição de royalties", afirmou.

Um dos pontos que preocupam o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), é o uso eleitoral que o governo tem feito do assunto pré-sal. Segundo o tucano, ao mesmo tempo em que não quer fazer oposição radical, o PSDB exige que o PT explique as medidas, como a capitalização da Petrobras e as vantagens que podem advir sobre o modelo existente. "Não temos dúvida que o atual modelo foi vitorioso, gerou crescimento e riquezas para o País. Mas podemos discutir e contribuir para o aperfeiçoamento do setor", destacou.

Guerra não tem dúvida de que o objetivo do PT e do presidente Lula é montar uma "armadilha" eleitoral para a oposição no debate e, a partir daí, construir um discurso de campanha para Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e candidata presidencial . "O governo adotou um discurso nacionalista para pôr a oposição nas cordas e está tentando passar a impressão de que somos uma ameaça ao pré-sal. Precisamos desmontar essa conversa fiada", afirmou. (Da redação com Agência Tucana)

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