6 de out. de 2009

Aparelhamento perigoso

PSDB ficará alerta para impedir uso político de cargos da Petro-Sal

O deputado Bruno Rodrigues (PE) destacou nesta terça-feira a importância de se acompanhar de perto todos os passos da criação da Petro-Sal, a nova estatal que vai administrar e monitorar as operações, custos e preços dos contratos celebrados para a exploração da camada pré-sal. Para o tucano, esse monitoramento é fundamental para impedir que o governo use a nova empresa para abrigar seus aliados políticos. “A nova estatal deve ser enxuta e protegida de politização”, frisou.

Prática comum - O tucano alertou que durante o governo Lula a prática de aparelhar órgãos e inchar a máquina pública se tornou comum, provocando prejuízos ao país. “Infelizmente isso tem sido uma prática deste governo, que tem partidarizado a estrutura das estatais e a máquina pública. Não podemos permitir que isso aconteça com a Petro-Sal”, reiterou.

Integrante da comissão especial que analisa a proposta do Executivo de criação da nova estatal, Rodrigues participou de audiência pública realizada pelo colegiado com o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, nesta terça-feira na Câmara. Durante a reunião, o ministro prometeu que a Petro-Sal terá uma estrutura enxuta, entre 80 e 100 funcionários.

Ainda de acordo com Lobão, o orçamento inicial será estabelecido pelo governo, que também nomeará os integrantes da direção da estatal. “Espero realmente que isso aconteça, pois é fundamental que a Petro-Sal tenha de fato uma estrutura enxuta e com técnicos bem remunerados, mas de alto nível. Não dá pra inchar ainda mais o Estado. Ficaremos atentos e acompanharemos de perto essa questão”, alertou Rodrigues.

No momento em que Lobão debatia sobre a Petro-Sal com os deputados, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, dava explicações em outra comissão especial da Câmara sobre o regime de partilha de produção na camada. Gabrielli afirmou que o primeiro grupo de funcionários da Petro-Sal deverá ser composto por funcionários aposentados da Petrobras.

Já Lobão ressaltou que a empresa não irá competir com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e nem será gestora do Fundo Social do pré-sal que, segundo ele, deve ser comandado por um grupo de conselheiros não remunerados formado por representantes da sociedade civil e do governo. (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)

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