6 de out. de 2009

Politização indevida

Virgílio critica filiações de Henrique Meirelles e Celso Amorim


O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), criticou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, por terem se filiado a partidos políticos na semana passada - PMDB e PT, respectivamente. “A politização que estão levando para o BC e agora para o Itamaraty é lamentável”, condenou.

Surpresa negativa - “Não tenho deixado de dar apoio a medidas acertadas desse bom presidente do Banco Central, mas me surpreendi, e muito negativamente, com a sua inscrição num partido para disputar uma eleição, seja ela qual for”, reprovou em pronunciamento. Para o tucano, seria inconcebível o presidente do FED, Arthur Bernanke, filiar-se aos partidos Democrata ou Republicano nos EUA para disputar eleição. “O BC perde na sua majestade e na sua autoridade. Amanhã se aumentam juros, haverá prejuízo político. Se baixam, vão dizer que é porque o presidente do Banco Central é candidato”, alertou.

Em relação a Amorim, Virgílio afirmou que ele quebrou um paradigma, porque desde 1989 não houve chanceler que tenha pertencido a partido político. "Antes, não. Era até comum. Foram chanceleres Santiago Dantas, do PTB; Afonso Arinos, da UDN; Horácio Láfer e Negrão de Lima, além de tantos outros que pertenciam ao PSD. Mas o fato é que, de 1989 para cá, fase que considero definitiva na afirmação da democracia brasileira, passou a não caber mais a figura do chanceler ligado a partidos”, apontou.

“A partir do momento em que Amorim adota a sigla do PT como sua, começamos a compreender a ideologização dos atos em Honduras, por exemplo”, condenou o senador. Diplomata licenciado, Virgílio disse que no seu tempo de atuação não conseguia descobrir os partidos de simpatia dos colegas, que eram a esse respeito muito discretos. (Da redação com assessoria do senador/Foto: Geraldo Magela)

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