9 de out. de 2009

Dura realidade

Qualidade no ensino é o caminho para reduzir evasão, aponta Rogério Marinho

O deputado Rogério Marinho (RN) expressou sua preocupação nesta sexta-feira com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrando que os brasileiros acima de 10 anos passam, em média, apenas sete anos na escola. De acordo com o IBGE, o pior índice é registrado no Nordeste, com 5,9 anos de estudo, seguida pelo Norte, com 6,5. Segundo o tucano, para mudar essa realidade é fundamental uma política consistente para promover a qualidade do ensino, principalmente na escola pública.

Barrar o analfabetismo - O parlamentar lamentou ainda que apenas 55 de 100 crianças que ingressam no 1º ano chegam ao 9º ano do ensino fundamental sem repetência ou abandono. Além disso, apenas 32% concluem o ensino médio e 11% estudam em uma universidade. “Precisamos não somente um número maior de jovens no ensino superior, mas também uma preocupação com as primeiras séries do ensino fundamental. Caso contrário, reproduziremos constantemente novas gerações de analfabetos funcionais”, alertou.
O deputado lembrou ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente estudo mostrando que na América Latina mais de 50% dos jovens entre 15 e 19 anos não tem a condição adequada de escolarização para buscar no mercado um bom emprego. No Brasil, o indicador é superior a 70%. “Um país como o nosso, que tem um grande desafio de crescimento e de desenvolvimento sustentável, não pode encarar esse desafio sem que sua população esteja qualificada”, ressaltou Rogério.

Além da necessidade de melhorar a qualidade de ensino, o tucano apontou outras medidas para o Brasil dar um salto nessa área, como a adoção de uma política de valorização do professor e a oferta de boa estrutura das salas de aula e mais vagas. “Nossa responsabilidade é fortalecer a base, ou seja, a pré-escola e o ensino fundamental, para que no futuro tenhamos crianças com mais tempo na escola e jovens qualificados para ingressarem no mercado de trabalho”, concluiu. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Ag. Câmara)

3 comentários:

Milton Serra disse...

Concordo com a tese que devemos fortalecer a base escolar, que reforça a idéia de processo educacional. Mas só falarmos em termos numéricos, mais tempo/anos na escola não significa resolver os problemas da educação. Mais verbas ajudam, mas mais importante do que aumentar a verba destinada à educação é qualificar melhor a utilização desta verba, criando mais e melhores condições de infraestrutura e trabalho para os Professores e tornando a escola algo atraente para a criança e o jovem, não só um ponto de encontro de pessoas com muitos interesses diversos. Temos também que repensar o modelo de escola que estamos aplicando aqui no Brasil, pois muitas vezes este modelo espanta o estudante de tal forma que não existe motivação intrínseca para vir para o núcleo escolar. A escoal deve se transformar em um grande centro de convivência e de formação do cidadão!

Anônimo disse...

Também sou professora e posso afirmar que a solução para a melhoria da educação no Brasil seria transformar o Ensino Médio em Técnico.Assim, todos os jovens sairiam das escolas com uma profissão e portanto teriam um objetivo mais concreto.Para os que pretendessem cursar uma universidade,seriam oferecidos mais dois anos de preparação ,já focando o tipo do curso a ser seguido.
Assim teriamos alunos realmente interessados em estudar.
Quanto ao ENEM e aos outros tantos exames de avaliação existentes,que representam um custo altíssimo ao país,poderiam ser abolidos.Bastaria usar o histórico escolar de cada aluno,para servir de ingresso `as universidades.Dessa maneira, alunos que pretendessem cursá-las teria a preocupação em empenhar-se durante a vida escolar.
Assim funciona o Ensino nos E.U.A.
Por que não copiar algumas coisas que dão certo ?

Milton Serra disse...

O perigo de pensarmos no Ensino profissionalizante é robotizar as pessoas e esquecer a dimensão humana que o processo educacional deve ter. Antes do profissional, vem o cidadão. E ensino profissionalizanete tende a deixar isto de lado. Mas como em quase tudo na vida, a palavra chave é EQUILÍBRIO!