O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), refutou a tese do governo Lula de que 53% do Orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previsto até 2010 tenham sido executados. Para o tucano, o governo distorce a realidade ao incluir na sigla "PAC" recursos não somente do Orçamento da União, mas também gastos de estatais, financiamentos habitacionais e até mesmo investimentos privados.
Até carrinho de pipoca - Segundo o 8º balanço divulgado ontem pela Casa Civil, R$ 338,4 bilhões foram investidos nas obras desde 2007, sendo R$ 98,5 bilhões apenas neste ano. No entanto, dados do Siafi mostram a lentidão do Planalto para executar o PAC em 2009.
Dos R$ 21,8 bilhões autorizados no Orçamento da União, até o último dia 2 de outubro tinham sido pagos somente R$ 3 bilhões. Para Aníbal, o governo manipula os números e vende uma realidade maquiada de um programa que, para ele, permanece “empacado”.
Ainda segundo o tucano, esses dados oficiais não têm respaldo na realidade e representam apenas uma manipulação feita pelo governo. "Do Orçamento desde ano, o governo mal investiu efetivamente R$ 3 bilhões. Ou seja, menos de 15% do total”, condenou o líder. Ao falar em 53% de execução desde 2007, o governo inclui todo tipo de investimento, e não somente os efetuados pela União.
“Isso não passa de uma falácia. Estão colocando no meio todos os investimentos privados. Até mesmo carrinho de pipoca, que é muito importante para a economia, pois emprega e gera renda, mas não faz sentido ser incluído no programa", ironizou. Ainda de acordo com o deputado, o governo Lula continua sendo "90% gogó", respaldado por intensa propaganda, e "10% realização”.
O presidente do PSDB-MG, deputado Paulo Abi-Ackel, também criticou os números divulgados e afirmou que tem acompanhado de perto uma quantidade enorme de obras tocadas pelo programa, mas que não avançam. “Esse balanço é mais uma estratégia de propaganda do governo. Em Minas, por exemplo, tenho visto um cenário de terra arrasada, com obras paradas e que estão sendo anunciadas como grandes empreendimentos do PAC federal. A impressão é que essa é mais uma jogada espetacular de mídia e que não tem respaldo nos canteiros de obra”, apontou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Ag. Câmara e Eduardo Lacerda)
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