9 de out. de 2009

Baderna

Deputados condenam ação do MST e defendem CPI

Deputados do PSDB defenderam nesta sexta-feira a criação da CPI mista do MST para investigar entidades ligadas ao movimento, que receberam R$ 115 milhões em repasses do governo Lula nos últimos cinco anos. Os deputados Alfredo Kaefer (PR), Duarte Nogueira (SP) e Renato Amary (SP) assinaram o pedido de criação da comissão de inquérito e apontaram a necessidade de analisar as denúncias de uso de recursos para invasões ilegais. Para os tucanos, reiteradamente a ação dos sem-terra fere a legislação do país.

Hora de um basta - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse hoje que vai instalar a CPI no Congresso caso o pedido de criação da comissão seja formalizado na próxima semana. A oposição já atingiu o mínimo de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado, mas promete continuar a coleta até a semana que vem, quando deve apresentar o pedido.

Para Duarte Nogueira, 1º vice-líder do PSDB na Câmara, há em vigor uma distorção grave dos valores democráticos. “Confunde-se muito liberdade com baderna. Os movimentos sociais são legítimos, mas a prática recente do MST é criminosa e precisa ser combatida e investigada. Os baderneiros destruíram nesta semana mil pés de laranja em uma propriedade que gera emprego e renda. E amanhã? Quem será a vítima da vez? Passou da hora de colocar ordem na casa", cobrou.

Amary concorda. Segundo ele, os militantes não são só baderneiros e anarquistas, mas descumprem a legislação ao invadir a propriedade privada e destruir plantações, móveis e outros objetos. Segundo o deputado, o Congresso Nacional tem a obrigação de fiscalizar como o dinheiro público está sendo aplicado. “Esses movimentos recebem quantias expressivas do governo e, em troca, invadem terras e promovem o desmatamento”, reprovou.

Já Alfredo Kaefer defendeu o esclarecimento dos repasses indiretos do governo para as ONGs que beneficiam o movimento. “O MST promove uma verdadeira bandalheira, uma invasão ao direito de propriedade que traz instabilidade e intranquilidade ao campo”, alertou. “O presidente Lula muitas vezes incentiva essa prática e age de forma conivente com ela. O governo tem sido omisso e nunca teve uma reação firme em relação ao MST”, completou. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Eduardo Lacerda e Ag. Câmara)

Um comentário:

Milton Serra disse...

Eu queria entender melhor como são feitos os repasses de verba para o MST ou para "ONGs trampolim"! E se ao invés de financiar as ações do MST esta verba fosse utilizada EFETIVAMENTE para a Reforma Agrária? Não seria melhor e com menos contaminação da politicagem?