Médicos, os deputados Rafael Guerra (MG) e Raimundo Gomes de Matos (CE) criticaram nesta quinta-feira (19) o atraso do governo para promover a campanha de vacinação contra a nova gripe, que ocorrerá apenas em 2010, quando um novo surto da doença deve atingir o país. Na avaliação dos tucanos, a mobilização deveria começar o mais rápido possível.
Recordista de mortes - “O Brasil se atrasou para conseguir a vacina. A produção mundial está afetada, não tem doses para todo mundo e o país não será priorizado. Isso é grave porque o Brasil foi recordista em mortes por conta da gripe nas Américas”, destacou Guerra. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizados até o último dia 7, 1,3 mil brasileiros morreram vítimas da doença. No México, por exemplo, o número de vítimas foi de 398, enquanto nos EUA 1123 pessoas perderam a vida por causa do H1N1.
Para Gomes de Matos, o governo demonstra mais uma vez sua incapacidade de planejamento, o que torna vulnerável o sistema de saúde. “O Brasil deveria realizar a vacinação ainda este ano antes do novo surto da doença, com tempo hábil para que o organismo desenvolvesse anticorpos. Vacinar quando o paciente já está infectado não é recomendável e dificulta o tratamento”, explicou.
O Ministério da Saúde comprou um lote inicial de 40 milhões de doses de vacinas contra Influenza A (H1N1) nesta semana, mas a entrega ocorrerá somente em janeiro A estimativa é que 110 milhões de brasileiros - 60% da população - serão vacinados. O Ministério da Saúde vai estabelecer ainda critérios dos públicos prioritários para receber a dose da vacina.Gomes de Matos criticou a separação por grupos de risco. “É inadmissível. É selecionar quem vai adoecer ou não. O SUS é um sistema único, ou seja, todos tem direito de acesso. Estabelecer grupos de risco pode gerar pânico e instabilidade no sistema de saúde”, destacou o deputado. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Du Lacerda)
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