1 de dez. de 2009

Hesitação do Itamaraty

Tucanos defendem legitimidade das eleições em Honduras

Com a eleição de Porfírio Lobo para a presidência de Honduras, no último domingo, o governo brasileiro precisa reconhecer a legitimidade do pleito imediatamente, sob pena de perder a credibilidade internacional. Essa posição foi defendida nesta terça-feira (1º) pelos senadores Tasso Jereissati (CE), Eduardo Azeredo (MG) e o deputado Ruy Pauletti (RS). Segundo eles, a insistência da diplomacia brasileira de só reconhecer as eleições depois da volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, é insustentável.

Megalomania - Há mais de dois meses, Zelaya e um grupo de seguidores estão na embaixada brasileira em Tegucigalpa. O pedido deles foi de abrigo mas, diferente do que orientou tanto o presidente Lula, quanto seus diplomatas, Zelaya tem usado a representação brasileira para dar entrevistas, fazer protestos contra o governo que o sucedeu, de Roberto Micheleti, e agora, contra as eleições. Isso apesar de um candidato de seu partido ter concorrido no pleito e perdido para Lobo.

"Essa hesitação em reconhecer as eleições em Honduras revela a megalomania do governo Lula. O Itamaraty usou critérios diferentes para o Irã, onde as eleições aconteceram sob forte pressão do regime e sob denúncias variadas de manipulação de votos e coação de eleitores", afirmou Jereissati.

Em Lisboa, durante a XIX Cúpula Ibero Americana, o ex-presidente colombiano César Gavíria não fez qualquer menção ao Brasil, mas considerou ter dupla moral o país que não reconhece as eleições hondurenhas e, no entanto, defende as iranianas, que elegeram em junho o presidente Mahmoud Ahmadinejad e foram criticadas em todo o mundo.

Para Ruy Pauletti, as eleições hondurenhas foram limpas e uniram o povo em torno de uma saída para o impasse que o país enfrentava desde a deposição do ex-presidente Zelaya, ocorrida em junho. Na avaliação do parlamentar, o "caso Zelaya é assunto encerrado". "Não reconhecer as eleições é um ato de teimosia que nada ajudará na reconstrução institucional de Honduras", alertou.

Na avaliação do senador Eduardo Azeredo (MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores, a própria população hondurenha achou a saída para o impasse. "O Brasil agora deve aceitar a escolha popular, tirar Zelaya da embaixada brasileira e reabri-la", cobrou.

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