O deputado Vanderlei Macris (SP) afirmou nesta quinta-feira (14) que a prorrogação do prazo para apurar as denúncias de tráfico de influência e corrupção na Casa Civil só será necessária porque existe interferência política nas investigações da Polícia Federal.
Segundo o tucano, em casos como esse é possível viabilizar uma apuração rápida. Mas isso não aconteceu, de acordo com Macris, porque há uma tentativa de impedir que a verdade sobre os fatos interfira na campanha eleitoral.
“É mais uma tentativa de blindar a candidata Dilma Rousseff, já que uma pessoa de sua absoluta confiança pode ter montado uma quadrilha dentro da Casa Civil para ganhar dinheiro”, afirmou ao se referir a Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma na Casa Civil e sucessora dela no cargo.
Após 30 dias de apuração, a PF pediu ontem (13) à Justiça Federal mais tempo para concluir o inquérito sobre o envolvimento no escândalo da ex-ministra Erenice Guerra e de seus familiares. De acordo com o pedido feito pelo delegado responsável pelo caso, Roberval Vicalvi, ainda não é possível concluir o caso só com os depoimentos prestados até agora.
Vicalvi ouviu nesse período 15 pessoas. Os principais envolvidos no caso, como os filhos de Erenice, optaram pelo silêncio sob a alegação de “não saberem as conotações políticas" dos delatores do esquema. Ainda não há prazo definido para a conclusão da apuração da PF. E somente após o retorno dos documentos da Justiça, o delegado definirá as datas dos depoimentos de Erenice e de outras pessoas citadas nas denúncias na Casa Civil e em outras áreas do governo Lula.
De acordo com o parlamentar, os policiais federais já tiveram o tempo necessário para verificar que as “provas são robustas e evidenciam um processo de corrupção em benefício dos filhos da ex-ministra". “A prorrogação é algo muito estranho, pois o tempo foi suficiente. É evidente que estão adiando para não haver repercussão no processo eleitoral”, completou Macris.
Empresário confirmou pedido de "taxa de sucesso"
→ Segundo reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", mais um empresário confirmou encontro com a ex-ministra Erenice Guerra na Casa Civil. O depoimento contradiz versão do governo e corrobora denúncia de que um esquema de lobby era operado dentro da pasta na época em que era comandada pela hoje candidata do PT à sucessão presidencial.
→ Aldo Wagner, sócio da EDRB, disse à PF que Erenice participou da reunião em 10 de novembro, quando foi apresentado o projeto na área de energia solar da companhia. E depois desse encontro, de acordo com o depoimento do empresário, a empresa de lobby do filho de Erenice apareceu para viabilizar o negócio com um empréstimo do BNDES mediante pagamento de "taxa de sucesso". (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)
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