26 de ago. de 2009

Crise na Receita

Tucanos: Planalto usa rolo compressor porque teme a verdade


O deputado Vanderlei Macris (SP) criticou manobra da base governista de rejeitar o requerimento de sua autoria para convidar Iraneth Weller, que foi chefe de gabinete da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, para depor na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC). De acordo com o tucano, a tropa de choque do Planalto tem medo e, por isso, tenta impedir os esclarecimentos sobre os motivos da exoneração de Iraneth e o suposto encontro entre Dilma Rousseff e Lina no qual a ministra teria pedido para agilizar as investigações sobre negócios da família Sarney.

Sociedade quer esclarecimentos - “Queremos saber quem falou a verdade e quem mentiu nesse episódio. O governo parece ter medo, pois monta um rolo compressor com pessoas que nunca estiveram presentes na comissão. Alguma coisa está por trás desse medo de esclarecer os fatos. A opinião pública tem que ser respeitada e não pode conviver com a dúvida da mentira. Dilma é candidata à Presidência e num episódio como esse deveria ser a primeira a vir à comissão e prestar esclarecimentos”, defendeu Macris.

Presidente do colegiado, o deputado Silvio Torres (SP) disse que o assunto tem incomodado o Planalto, que não consegue explicar as suspeitas de modo convincente. "A oposição, de forma legítima, procura exercer sua função de esclarecer as dúvidas”, disse.

Outros quatro requerimentos de autoria de Macris foram retirados de pauta. Dois deles pedem o depoimento de Lina Vieira e da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, para esclarecer o suposto encontro. Os demais convocam o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, para explicar a interferência política do governo no Fisco.
A estratégia de Macris é tentar aprovar os requerimentos na próxima reunião da comissão.

Na Comissão de Segurança Pública, a tropa de choque palaciana também se mobilizou para rejeitar requerimento do DEM que pedia a convocação do ministro Jorge Félix, do Gabinete de Segurança Institucional, para explicar o funcionamento do circuito interno de televisão do Palácio do Planalto. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda)

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