5 de out. de 2009

Audiência em SP

Andreia Zito: CPI terá papel importante na luta contra desaparecimentos


A relatora da CPI das Crianças e Adolescentes Desaparecidos, deputada Andreia Zito (RJ), reiterou nesta segunda-feira que a investigação promovida pela comissão de inquérito trará importantes contribuições para diminuir o número de casos no país, estimado em cerca de 40 mil por ano. “Quando apresentei o requerimento para que a comissão fosse criada, não imaginava a dimensão desse problema no Brasil e o desespero que invade as famílias. Precisamos propor ações eficientes para encontrar esses desaparecidos”, destacou em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Abraçando a causa - Pedida pelo deputado Vanderlei Macris (SP), 2º vice-presidente do colegiado, essa foi primeira reunião externa da comissão. Além de parlamentares, especialistas no assunto e autoridades de segurança se reuniram para discutir providências e ações preventivas para coibir os desaparecimentos.

Andreia Zito já iniciou um diagnóstico e avaliação do problema no estado do Rio, começando pela Baixada Fluminense. Um dos contatos foi feito com o SOS Criança na região. Ao longo dos trabalhos, a tucana acredita que o colegiado se empenhará na busca de soluções para o problema. "Estamos abraçando a causa e espero que realmente possamos trazer uma solução para o desaparecimento das crianças. Queremos saber o porquê do aumento cada vez maior no número de casos”, acrescentou.

A audiência contou com depoimentos importantes, como o de duas mães que sofreram na pele o sumiço de seus filhos: Ivanise Santos, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), além de Vera Lúcia Gonçalves, presidente da Associação Nacional de Prevenção e Busca a Pessoas Desaparecidas - Mães em Luta/SP. Além delas, o professor Marcelo Neumann, responsável pelo “Projeto Caminho de Volta” da Faculdade de Medicina da USP foi um dos que propôs soluções para facilitar a identificação dessas crianças.

Os participantes discutiram ainda a ausência do Estado na resolução dos casos e as causas que levam ao afastamento dos menores de suas famílias. Marcelo Neumann sugeriu uma mobilização maior também dos meios de comunicação na busca dessas crianças, como o aproveitamento dos espaços conhecidos como “calhaus”, que se destinam à propaganda dos próprios veículos, para a divulgação de fotos desses desaparecidos. (Reportagem: Rafael Secunho/ Foto: Alesp)

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