16 de out. de 2009

Caravana petista

Para deputados, visita a rio foi marcada pela campanha antecipada

Parlamentares do PSDB voltaram a criticar nesta sexta-feira (16) a caravana montada pelo presidente Lula para vistoriar as atrasadas obras de transposição do rio São Francisco. Também elogiaram a iniciativa do líder do partido na Câmara, José Aníbal (SP), de pedir esclarecimentos à "ministra-candidata" Dilma Rousseff (Casa Civil) sobre a viagem batizada por Aníbal de “caravana do Ali Lulá”.

Obra lenta - “Infelizmente o presidente Lula acha que está acima da lei, acima do bem e do mal. É mais uma trapalhada do governo mostrar uma obra que não está andando e ao mesmo tempo fazer campanha eleitoral antecipada. E agora ainda leva a tiracolo outro pretenso candidato da aliança de Lula, que é o deputado Ciro Gomes”, criticou Bruno Rodrigues (PE).

Justamente em Pernambuco, estado de Rodrigues e um dos visitados pelo presidente, foi feita uma “maquiagem” para receber a visita da comitiva petista. Na pacata cidade de Sertânia, local onde circulavam caminhões basculantes, escavadeiras e perfuratrizes na noite de quarta-feira, ontem reinava o silêncio e não havia sequer trabalhadores. Os números também comprovam a lentidão das obras: somente R$ 51 milhões dos R$ 1,16 bilhão do orçamento de 2009 para a transposição do Rio São Francisco foram pagos pelo Planalto.

“Eles mostram que não tem escrúpulos, pois usam toda a estrutura do Estado para alardear uma obra que tem execução pífia. E, ainda, para promover a candidatura da ministra Dilma. Nosso papel no Congresso é o de fiscalizar a destinação dos recursos públicos. E o requerimento do líder é importante nesse sentido”, ressaltou o deputado Fernando Chucre (SP).

Para Rodrigues, a transposição também atropelou melhorias que já poderiam ter começado no rio. Além disso, avalia que uma obra de grandes proporções como essa está sujeita a fraudes como superfaturamento. “Seria bom revitalizar o São Francisco antes das obras de transposição. Como falou o governador José Serra, aproveitar as áreas que margeiam o rio para investir também na irrigação. Nada disso feito”, finalizou. (Reportagem: Rafael Secunho)

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