10 de nov. de 2009

Ação fundamental

Autoridades defendem delegacias especializadas em desaparecimentos


A secretária do Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal, Eliana Pedrosa, e a delegada Ana Cláudia Machado foram ouvidas nesta terça-feira (10) pela CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara e enfatizaram a importância da criação de delegacias especializadas no tema em todo o país. Para a relatora da CPI, deputada Andreia Zito (RJ), fica cada vez mais clara a necessidade de criação desses órgãos. " Esta é uma providência que precisa ser tomada rapidamente. Com certeza estará no meu relatório", apontou.

Prevenção - “Pela minha experiência na área da infância e juventude, e agora à frente do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas do Paraná, o Sicride, afirmo que não há como combater a questão do desaparecimento de crianças sem a criação de delegacias especializadas em todo o país. Além disso, é preciso regulamentar uma porcentagem de verba destinada à segurança pública para que estas delegacias funcionem bem”, explicou Ana Cláudia.

De acordo com a delegada, o Sicride atua também na parte preventiva do desaparecimento de crianças com palestras, teatros nas escolas, gibis, cartilhas e divulgação de fotos das crianças desaparecidas. Além disso, atua ainda em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, que dispara para todos os postos do estado as informações registradas pelo serviço no ato da ocorrência.

Ap participar da audiência a convite do deputado Vanderlei Macris (SP), Eliana Pedrosa explicou à CPI os números apresentados pelo Ministério da Justiça que colocam o DF como líder no ranking de desaparecimento de pessoas. “Não é que o DF lidere na questão o maior número de casos. É que nós temos o melhor sistema de registro. De 2007 a 2009 , registramos 3.726 casos, sendo 570 ainda não solucionados. No sistema do Ministério da Justiça, em nove anos só constam 299 casos. A tabela de lá diz que Sergipe apresenta mais casos do que São Paulo. Isso demonstra que os dados são falhos”, ponderou a secretária.

Ela explicou o trabalho desenvolvido pela secretaria no DF e reconheceu a pouca divulgação dos trabalhos. “Nós prestamos assistência social às famílias, cuidamos de divulgar as fotos das crianças e reunimos os familiares para trocar experiências e desvendar as causas e conseqüências dos casos. No entanto, só 5% da população sabe que temos estes serviços. Precisamos melhorar a divulgação”, afirma Pedrosa.

A secretária explicou ainda a dificuldade de se obter e atualizar as fotos das crianças e adolescentes desaparecidos. “Nós temos um projeto de lei na Câmara Legislativa do DF que trata da obrigatoriedade de se tirar fotos das crianças em todas as escolas. Também é preciso criar um acervo fotográfico e que o Estado determine que a cada dois anos esses retratos sejam alterados em progressão de acordo com a evolução da idade”, afirmou. (Da redação com assessoria da CPI/Foto: Du Lacerda)

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