Oposição deixa CPI da Petrobras e prepara relatório paralelo
Senadores do PSDB anunciaram nesta terça-feira (10) a apresentação de um relatório final paralelo da CPI da Petrobras contendo as denúncias de irregularidades praticadas na atual gestão da companhia. Parte do documento já foi antecipado pelos parlamentares: são as 18 representações a serem apresentadas nesta semana na Procuradoria Geral da República.
Planalto barra investigação - Os senadores Sérgio Guerra (PE) e Alvaro Dias (PR) anunciaram ainda que não integram mais a comissão. Ao todo, a oposição tinha três membros titulares e dois suplentes no colegiado, que passa a ter apenas oito titulares - todos aliados ao Planalto. Os tucanos denunciaram o impedimento, por parte do governo Lula, de qualquer tentativa de investigação no âmbito da comissão. Guerra anunciou que o trabalho da oposição, no entanto, não acaba com a saída dos parlamentares da CPI. "Ainda há farto material a ser analisado e que exigirão outras representações", avisou o presidente nacional do PSDB.
Segundo Alvaro, a decisão de sair foi para não "pactuar com uma farsa". Ele acrescentou que a CPI foi instalada, mas na prática não funcionou. "Transformou-se em palco de narrativas técnicas, conceituais, distantes das denúncias. Não houve uma convocação sequer, mas apenas convites atendendo a interesse do governo, única e exclusivamente. Nem pessoas que já foram presas nós conseguimos ouvir", lamentou Alvaro.
O senador lembrou que Comissões de Inquérito sempre colaboraram com o Ministério Público Federal. "Mas esta CPI, ao contrário, vai levar trabalho para o MPF. A CPI contribuiria para a ação dos procuradores porque teria facilidade para quebrar sigilos e compartilhar apurações quando há solicitações. Mas desta vez ficamos longe disso", apontou.
Rombo estratosférico - Dentre as irregularidades apontadas pelos senadores nas representações que serão protoladas no MPF, está a suspeita de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, avaliado pelos parlamentares em US$ 2 bilhões. "Não são migalhas. O rombo na Petrobras é estratosférico", acusou Dias.
Os senadores do PSDB também defenderam a atuação do Tribunal de Contas da União (TCU) em auditorias realizadas em contratos da Petrobras. "O TCU tem desempenhado um papel extremamente positivo. O que o governo chama de paralisar obras significa impedir que se gaste mais dinheiro de forma irregular", avaliou Guerra. Para ele, o cerceamento do trabalho da CPI e as críticas feitas pelo governo ao TCU são parte de uma "orquestração" que tem por objetivo enfraquecer qualquer iniciativa constitucional de controlar o Poder Executivo. (Da Agência Tucana com informações da redação e da Ag. Senado/Foto: Ag. Senado)
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10 de nov. de 2009
PSDB refuta farsa
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