4 de set. de 2009

Recorde incômodo

Governo federal foi leniente com a gripe A, critica Pannunzio

O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) chamou a atenção para a situação preocupante que o país chegou em relação a gripe A: o recorde mundial em mortes - 657 no total. “É assustadora a leniência do governo, que só tomou medidas depois da imprensa ter denunciado a pandemia que assolava o país”, criticou. De 25 de abril a 29 de agosto, 6.592 pessoas tiveram o diagnóstico confirmado para o novo vírus A(H1N1), de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Mortes poderiam ser evitadas - O parlamentar lamentou o fato do governo ter anunciado só agora a distribuição do medicamento Tamiflu em farmácias. “Fizeram isso sem reconhecer que cometeram um erro grave: o de concentrar a distribuição do medicamento”, condenou. Segundo Pannunzio, algumas vítimas poderiam ter sido salvas se o medicamento estivesse sendo vendido há mais tempo. “E se não fosse a imprensa a nos alertar e orientar sobre as situações de risco, o Brasil estaria hoje em situação muito pior”, ressaltou.

Para o tucano, o governo Lula deve explicações aos brasileiros sobre a epidemia. O parlamentar disse que o Japão, com uma população de idosos muito mais numerosa que a do Brasil, só registrou um óbito até o momento. Em sua avaliação, o Planalto demora a agir e adota um discurso enganador de tratar o assunto com argumentos técnicos de conveniência, além de difundir a ideia de que a letalidade do novo vírus é semelhante e até menos agressiva do que a da gripe comum. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Ag. Câmara)

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