22 de set. de 2009

Tensão internacional

Tucanos protestam contra cerco à Embaixada do Brasil em Honduras

O cerco feito pelo exército de Honduras à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está asilado desde segunda-feira o presidente deposto do país, José Manuel Zelaya, gerou diversas manifestações nesta terça na Câmara e no Senado. O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Eduardo Azeredo (MG), lamentou o ocorrido e lembrou que a embaixada é território brasileiro, de modo que não poderia estar sendo cercada e sofrendo cortes de energia.



Crise sem proporções - O parlamentar convocou a comissão extraordinariamente para tratar da questão. E o colegiado aprovou requerimento para que seja apresentado voto de censura e repúdio ao cerco militar à embaixada brasileira. O voto de censura é estendido "à repressão do governo golpista contra as manifestações pacíficas dos partidários do governante legítimo de Honduras, Manuel Zelaya".

Para o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), o Brasil está em uma "situação muito difícil" e o desfecho para esse episódio é imprevisível. “O cerceamento ao ir e vir de pessoas da embaixada, o corte de luz e do abastecimento de água, tudo isso cria uma situação de muito constrangimento. E se chegarem ao absurdo de invadirem a embaixada, estaremos diante de uma crise, que não buscamos de proporções inimagináveis”, opinou.

À tarde, o plenário da Câmara também aprovou moção de repúdio ao governo interino de Honduras pelo tratamento dispensado à embaixada brasileira. A proposta recebeu o apoio de diversos líderes. O presidente da Casa, Michel Temer, disse que esses procedimentos são uma violação ao Direito Internacional.

Zelaya retornou a Honduras ontem e, devido ao abrigo concedido pela embaixada brasileira, foram cortados os serviços básicos da embaixada do Brasil, como fornecimento de água, luz e telefone. O prédio foi cercado por militares, que reprimiram manifestantes pró-Zelaya.

O ex-presidente foi deposto pelo exército de Honduras no final de junho com o apoio dos poderes Legislativo e Judiciário do país, sob o argumento de que ele estava atentando contra a constituição hondurenha ao tentar forçar a realização de um plebiscito considerado ilegal sobre a possibilidade de se reeleger. Depois de deposto, Zelaya foi expulso do país. (Da redação com agências Câmara e Senado)

Um comentário:

tunico disse...

Eu tenho a certeza que há um engano crasso dos nossos parlamentares neste caso. Especialmente do Senador Eduardo Azeredo que por sinal é mestre em se engajar em causas erradas(vide censura à Internet).
O ex-presidente Zelaya foi legitimamente deposto por insistir em infringir a Constituição de Honduras, apesar de alertado pelo Congresso de lá.Isto é fato irrefutável. Agora, o ex-presidente se abriga na embaixada brasileira sem obter formalmente a licença para tal com a intenção clara de criar um fato e incentivar a desordem institucional naquele país. Não pediu asilo,nem status de refugiado, como manda a praxe diplomática internacional. Simplesmente lá entrou como um mero penetra. Não se trata enfim de censurar o governo atual daquele país por cercar a embaixada. Aos olhos da constituição hondurenha Zelaya é um criminoso e agitador e está certo o governo de fato de cercar a embaixada para evitar agitações.