Os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e Ricardo Tripoli (SP) reiteraram nesta quarta-feira (18) a necessidade de o governo brasileiro apresentar metas obrigatórias para redução da emissão de gases do efeito estufa. Os tucanos participaram da comissão geral realizada no plenário da Câmara para discutir as mudanças climáticas e a posição brasileira na Conferência do Clima que será realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague. Os dois deputados irão ao encontro, que ocorrerá de 7 a 18 de dezembro.

Bom exemplo de São Paulo - Proposto por 21 deputados, o debate contou com a presença de parlamentares, autoridades do Executivo, especialistas e ONGs. Na última sexta-feira (13), o governo brasileiro anunciou apenas um compromisso voluntário de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020.
Thame acredita que há tempo suficiente para o Brasil rever essa posição e levar para a Europa a disposição para assumir metas obrigatórias. “Há enorme expectativa que sejam votadas metas diferenciadas por países que levem em conta tanto o passado como o presente, considerando não apenas as responsabilidades históricas, mas também as emissões atuais de cada nação”, ponderou.
O deputado alerta que sem a participação de todos os países não haverá a menor possibilidade de serem alcançados os índices necessários de redução das emissões mundiais de gases de efeito estufa estabelecidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e por institutos de pesquisa. Se os patamares não forem atingidos, o aumento da temperatura pode ultrapassar dois graus centígrados, o que traria efeitos negativos a exemplo da elevação dos níveis dos oceanos.

Os tucanos destacaram ainda que São Paulo deu o exemplo ao instituir, no último dia 9, uma Política Estadual de Mudanças Climáticas. A lei determinou a redução, até 2020, de 20% das emissões de gases em relação aos níveis vigentes de 2005.
Legislação severa - Já na sessão plenária da tarde, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) destacou que o Brasil tem uma das mais severas legislações ambientais do mundo, sendo um dos grandes produtores de alimento para o continente. Na avaliação do parlamentar, o país também tem boas experiências de sustentabilidade. "No Paraná, há 25 anos de prática do manejo integrado de solos e águas, conservação de solo, manutenção e preservação de matas ciliares", apontou.
O deputado acredita na existência de muitos mitos e muitas verdades que poderão ser abordados nas discussões que os parlamentares travarão sobre qual a contribuição brasileira no que se refere a mudanças climáticas. Uma delas é que a floresta amazônica representa 49% do território nacional e 85% dessa região estão intactos. Segundo ele, praticamente 500 milhões estão preservados dos 850 milhões de hectares. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Du Lacerda)
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