O deputado Cláudio Diaz (RS) criticou nesta quarta-feira (20) o governo federal por permitir que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos passe por mais um “vexame de corrupção” sem tomar medidas cabíveis de saneamento do órgão federal. Dessa vez, a nova crise na ECT foi criada com a suspensão do concurso da estatal pela Justiça Federal. O juiz substituto da 5.ª Vara Federal, Paulo Ricardo de Souza Cruz, acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e suspendeu temporariamente a contratação da Fundação Cesgranrio para organizar a seleção que deveria acontecer no fim de novembro.
O magistrado considerou ilegal a contratação da entidade sem um processo licitatório. O parlamentar classificou o Palácio do Planalto de “irresponsável” por permitir que um órgão seja atingido por mais uma denúncia sem tomar nenhuma atitude. “É um governo que não respeita as instituições mais tradicionais, que estão absolutamente tomadas por essa forma ruim de governar”, criticou Diaz.
O Ministério Público Federal alegou que havia evidências de uma preferência não motivada da direção dos Correios pela Cesgranrio. Segundo o relatório da auditoria feita pela própria ECT, o nome da organizadora das provas já havia sido relacionado numa lista de fornecedores que supostamente pagariam propina a dirigentes da estatal para obter contratos. O concurso suspenso pela Justiça é o maior do país, com mais de 1,5 milhão de candidatos. O objetivo é preencher 6.565 vagas em todo o Brasil.
O deputado considera que a empresa pública era uma instituição de credibilidade e renome, mas nos últimos oito anos perdeu todos os seus valores por ser envolvida em esquemas sucessivos de corrupção praticados por funcionários indicados pelo governo federal. “Vivemos um momento difícil no país, no qual as instituições estão fragilizadas e o governo não é governante, mas dono do Estado”, enfatizou.
Uma das últimas tentativas de melhorar a imagem do órgão foi a contratação de David José de Matos como presidente dos Correios, em 28 de julho. Ele foi levado ao cargo pela ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. De julho até agora, porém, a crise aumentou a ponto de derrubar Erenice e o diretor de Operações, Eduardo Artur Rodrigues Silva, conhecido como "coronel Quaquá". (Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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