21 de out. de 2009

Abrir a caixa-preta

CPI revelará as relações do governo com o MST, avaliam tucanos

Após a leitura em plenário do requerimento de criação da CPI que investigará o repasse de verbas públicas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), deputados do PSDB voltaram a manifestar nesta quarta-feira (21) apoio à instalação da colegiado. O documento entregue ontem à Mesa do Congresso conta com a assinatura de 188 deputados - sendo 55 de tucanos - e de 35 senadores (11 do PSDB).

Querem esconder algo - “Pavorosos com a possibilidade de se abrirem os dados, alguns deputados estão querendo impedir a criação da comissão. Isso mostra que há algo que não querem que seja mostrado”, afirmou o deputado Leonardo Vilela (GO) ao se referir aos ataques à comissão de inquérito por parlamentares ligados ao governo Lula, que nos últimos cinco anos destinou R$ 115 milhões a entidades ligadas ao MST.

Para Vilela, a CPI precisa ser instalada no menor prazo possível para apurar as denúncias envolvendo o repasse de recursos públicos para um movimento que ele considera “ilegal e clandestino”. “A população precisa saber de onde o MST está tirando dinheiro para fazer suas invasões criminosas e despedrações de patrimônios públicos e privados”, alertou.

O deputado Renato Amary (SP) também considera a instalação do colegiado oportuna, principalmente pelos transtornos causados pelo MST no início do mês, com a derrubada de laranjais no interior de São Paulo. “A CPI vem exatamente para que se entenda o que acontece nessa relação do Executivo com o MST. Nossa expectativa é muito positiva, até porque quase todo o partido assinou o pedido de instalação dessa comissão, um instrumento importante para apurarmos os desacertos do movimento”, disse.

Outro tucano que destacou a necessidade de investigações nas relações dos sem-terra com o governo foi o deputado Rogério Marinho (RN). “Nenhum movimento social pode estar acima da lei. A maneira como tem se comportado o MST gera preocupação e instabilidade. A CPI é o instrumento que o Congresso terá para verificar se as práticas e o financiamento dessa instituição vão ao encontro da Constituição”, justificou o parlamentar. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Du Lacerda)

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