21 de out. de 2009

Contribuinte paga a conta

Virgílio: governo promoveu a gastança e agora quer aumentar impostos


O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), acusou o governo Lula de promover nos últimos anos "uma gastança desenfreada", perder o controle fiscal com a queda de receita provocada pela crise financeira, e, agora, querer criar ou reajustar tributos para equilibrar as finanças públicas. O tucano citou como tentativas de aumentar impostos a proposta de recriação da CPMF, sob o nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS), a criação do "imposto do livro" e a taxação das cadernetas de poupança.

Esfaqueando a classe média - O parlamentar do PSDB opinou que o governo errou ao tratar a crise financeira como "uma marolinha", assinalando que hoje a própria Receita Federal admite que haverá uma queda de R$ 64 bilhões na arrecadação deste ano. O senador entende que, "por ter apostado tudo na teoria da marolinha", o governo "continuou gastando muito" e adotou medidas "pouco criativas" para estancar a crise.

"O descontrole fiscal é hoje uma realidade, mas o governo continua tentando buscar a solução para os seus problemas no aumento da arrecadação, e não na contenção dos gastos. Fica claro que a conta será paga, mais uma vez, pelo trabalhador, pelo contribuinte. É mais uma vez o governo esfaqueando a classe média, que já chegou ao limite com essa elevada carga tributária", disse.

Virgílio advertiu que "não há mais espaço para aumentos de impostos" e muito menos para cortar "o que resta de investimento" para garantir o superávit fiscal - dinheiro usado para pagar juros da dívida pública. O senador considerou "pueril" taxar o mercado de capitais, referindo-se à decisão do governo de cobrar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% nas aplicações estrangeiras de curto prazo no país. Entretanto, ele não poupou o mercado financeiro.

O mercado faz vista grossa para a situação fiscal, para a imaturidade na gestão econômica - disse o senador. Virgílio afirmou ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, será questionado sobre a situação fiscal do país. Ele foi convidado a explicar aos senadores as razões para a ordem de "segurar" as restituições do Imposto de Renda. O tucano acredita que a retenção das restituições foi dada pelo ministro, que mais tarde voltou atrás, porque o governo "está sem dinheiro no caixa" por causa do aumento dos gastos. (Da redação com Ag. Senado/Foto: Ag. Senado)

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