25 de ago. de 2009

Valor que só cresce

Em CPI, gerentes da Petrobras não explicam custos de refinaria

Em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira, os gerentes da empresa não conseguiram explicar os motivos que triplicaram o custo de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). Calculado em R$ 12 bilhões em 2005, hoje o custo previsto já está em R$ 23 bilhões e não pára de crescer. Questionados pelo senador Tasso Jereissati (CE) sobre os indícios de superfaturamento, eles responsabilizaram o tipo de solo da área da refinaria e o excesso de chuvas na região na tentativa de justificar a diferença de preço.

Indícios de superfaturamento - Mas a explicação não convenceu. "Em Pernambuco todo mundo sabe que o solo da região da refinaria tem mobilidade. Só a Petrobras não tinha conhecimento. Também sabemos que é uma região de muita chuva, mas a maior empresa do Brasil desconhecia isso", afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Jereissati, por sua vez, lembrou que, em outras ocasiões, a própria Petrobras já admitira que um investimento se tornaria inviável quando tivesse necessidade de reajustes que superassem em 20% o valor inicialmente previsto.

Depois de auditoria do projeto da refinaria, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de superfaturamento na obra. Um dos principais focos desta auditoria foi exatamente o projeto básico da obra, a parte de terraplanagem, com custo previsto de R$ 429,2 milhões quando deveria ser de R$ 382,6 milhões de acordo com cálculos do TCU.

Guerra destacou, mais uma vez, que a oposição não tem nada contra a Petrobras. "Ao contrário: gostaria muito que a empresa provasse que não houve superfaturamento. Nós somos contra é a PTetização da empresa e isso está acontecendo também na Receita Federal", afirmou numa referência às exonerações ocorridas na instituição.

O senador Alvaro Dias (PR) solicitou que a presidência da comissão peça à Polícia Federal o relatório da Operação Águas Profundas, que investigou índicos de irregularidades que teriam sido praticadas por uma subsidiária da Petrobras na obra de Abreu e Lima, a empresa Iesa. A próxima reunião da CPI será terça-feira (1º), às 10h, quando será ouvido o auditor do TCU responsável pelo relatório sobre a Refinaria Abreu e Lima, André Delgado de Souza. (Da redação com Agência Tucana)

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